“Doing Good Better – Effective Altruism” (William Macaskill)

Esta obra discute os principais pontos a serem considerados quando se decide partir para uma ação filantrópica, social ou caritativa, de modo que os recursos aplicados – financeiros e humanos – resultem nas melhores conquistas possíveis. 

Apresenta, entre outros, logo de início um exemplo de ação filantrópica – Play Pump – com forte apelo midiático, enorme aporte financeiro, mas com baixo impacto real na necessidade da comunidade. Resumidamente, consistia em favorecer o acesso à agua em aldeias africanas, através de uma bomba ligada a um gira-gira. Inicialmente considerado exemplar, este projeto acabou por afastar as crianças da escola, uma vez que as bombas não funcionavam quando não tinha gente para brincar. Posteriormente, crianças começaram a ser pagas para brincar em vez de realizar outras tarefas essenciais ao seu desenvolvimento intelectual e, por fim, as mulheres da aldeia é que tiveram que usar o gira-gira por horas, deixando de lado outros afazeres importantes. 

Lembra que a maioria dos programas caritativos não apresentam mecanismos de avaliação, tornando obscuros os verdadeiros resultados da intervenção. E enfatiza que as melhores ações sociais são aquelas definidas sem que os proponentes assumam anteriormente qual a melhor solução a ser implantada. Por fim, adverte: é necessário pesquisar sempre!

Avalia diferentes modelos de engajamento em ações caritativas e filantrópicas, apontando prós e contras de cada uma delas. 

Chama a atenção para o fato de que assuntos complexos requerem  coragem necessária para se fazer escolhas difíceis na busca de suas soluções. Estas, inicialmente consideradas extremamente radicais, com o tempo e aplicação, acabam se tornando senso comum. 

Propõe algumas perguntas a serem respondidas antes de se decidir qual programa/estratégia deve ser implementada. 1) O que aquela estratégia realmente propõe? ; 2) Qual o custo-benefício daquela intervenção?; 3) Quão robusta é a evidência por trás daquela estratégia?; 4) Quão bem a estratégia pode ser implementada?

Fala da desconfiança que grandes empresas enfrentam quando se propõem a alguma ação filantrópica e afirma que, no entanto, economistas à esquerda e direita do espectro político concordam que elas fazem mais bem que mal quando se dispõem a este tipo de ação. 

Nos dias atuais, quando filantropos como Michael Bloomberg se dispõem a fazer doações bilionárias que devem ser aplicadas a uma única estratégia na busca de soluções para os problemas decorrentes do tabagismo, reflexões como esta parecem de extrema importância.